Nat e seu jeans viajante em Brasília (foto: Carla Monique)
Quinta-feira de maio, sol, céu azul. Saí da minha casita aqui em São José dos Campos e fui para o Aeroporto de Congonhas, São Paulo. O destino? Brasília, festival de cinema Filmaê. Quando a equipe do festival me contatou pelo e-mail eu fiquei saltitante: seria minha primeira visita a um festival de cinema como diretora convidada.
Ter um filme selecionado para a mostra de cinema já tinha sido incrível. Esse convite, porém, eu não esperava. Toda vez que faço um filme, tudo o que mais quero é que chegue ao máximo de pessoas possível e os festivais no geral buscam justamente promover esses encontros das pessoas com os telões.
Em 2021 no meio de uma pandemia angustiante de coronavírus e muitas crises existenciais, Despoético (2021), meu primeiro curta-metragem autoral, nasceu. Ele veio ao mundo como uma necessidade de me curar em um momento no qual nada parecia ter cura. Os equipamentos que eu usei foram os mais práticos que eu tinha em mãos: um celular e tudo aquilo que eu estava sentindo no momento. Aconteceu tudo muito rápido: não teve roteiro, nem planejamento. Fui guiada pelo forte impulso de simplesmente criar e em uma tarde o filme estava pronto.
Em 2021 e 2022, Despótico circulou por alguns festivais no Brasil e grande foi minha surpresa quando um festival de Brasília para o qual eu havia o inscrito me convidou para participar presencialmente do evento. Sempre quis viajar o país para estar presente nos inúmeros festivais de cinema que acontecem por aqui, mas achei que levaria muito tempo para de fato alguém acreditar no meu filme e apostar nesse rolê.
Mal cheguei no aeroporto em SP e já fiz amizade com a Isa Alves, uma das diretoras que estaria comigo na hospedagem. Almoçamos juntas e foi um momento muito gostoso. Decolamos. "Começamos a viagem bem!", pensei. Chegando no aeroporto de Brasília, nos encontramos com outros diretores. Ainda no carro, a caminho do hostel, dava pra sentir que a energia entre nós todos era bem massa.
Foi então que passou o tempo (voando), e quando chegamos ao terceiro dia de festival, já podíamos nos considerar amigos. Curtimos a cidade juntos, turistamos, comemos e caminhamos muito, assistimos os filme uns dos outros e podemos trocar muito sobre arte, cinema e ser/estar/viver.
Nós diretores do festival together
Isa Alves, Eu e Moni (as donas do quarto mais legal do Joy Hostel rs)
E claro, não poderia faltar...
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Eu juntinho do troféu filmaê (foto: Isabela Alves) |
Conhecer a cidade foi um espetáculo à parte. Eu nunca sonhei em conhecer Brasília e jamais imaginei que a capital do Brasil fosse tão interessante, com tanta história, arte e política. Essa combinação toda faz dela singular e foi especial andar com meus próprios pés por esse lugar que é tão significativo do nosso país. Pretendo voltar? Com certeza...
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Nossa turma turistante próxima à igrejinha Nossa Senhora de Fátima, projetada pelo Oscar Niemeyer |
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Eu brisando na fonte (foto: Isabela Alves) |
Conheci diretores e diretoras de filmes dos mais diversos lugares do país: Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo. Conviver com tantas diferenças e semelhanças numa cidade totalmente nova foi maravilhoso. Muitas coisas nos uniam e nossa paixão por fazer cinema foi principal delas. A equipe do Filmaê foi brilhante: sempre muito presentes e cuidadosos com tudo, nos deixaram muito à vontade. Foram essa conexões com pessoas tão especiais que fizeram com que a semana do Filmaê fosse uma das semanas mais marcantes do meu 2023.
Como eu sou do time que acha que uma imagem vale mais do que mil palavras vou deixar aqui alguns registros fotográficos feitos por mim ou por algumas amigas desse período tão especial.
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Na Esplanada dos Ministérios, indo para o Congresso Nacional (foto: Carla Monique) |
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Aguinha na mão sempre - eta cidade seca! (foto: Carla Monique)
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Por dentro do Congresso Nacional - Lugar bonito onde acontece de tudo. |
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Fotchenha na Torre de TV em Brasília (Foto: Luc da Silveira) |
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Café na panificadora da rua dos mecânicos (Asa Norte). O point de cada manhã! |
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Passeio matinal pelo Parque Nacional de Brasília da Água Mineral Mais Gelada Que Eu Vi Na Vida (Foto: Luc da Silveira) |
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Passeio pelo cerrado no Parque Nacional de Brasília da Água Mineral (foto: Carla Monique)
Catedral Nacional Nossa Senhora de Aparecida - Eixo Monumental
Instituto Athos Bulcão - exposição de obras originais do artista - Asa Sul
Eu e o sol da manhã na Praça dos Três Poderes - Eixo Monumental
Vitrais celestiais-cósmicos Catedral Dom Bosco - Asa Sul
Parque da Cidade Sarah Kubitschek
Nós no filmaê - Espaço Cultural Renato Russo SQS308
Eu turistando perto de uma "tesourinha" da Asa Sul Vista linda para o horizonte do cerrado a caminho do Parque Nacional de Brasília. (eu simplesmente amo esses horizontes "vazios" de prédios ou montanhas. Retinho mesmo, sabe?)
Hostel Joy, Asa Norte - Nossa casita durante os dias de festival.
Café da manha veggie maravilhoso do Joy Hostel - Asa Norte (Foto: Carla Monique)
Endereços confusos de Brasília (que eu A-DO-RO)
Café da tarde mais que perfeito na Lugano, cafeteria na Asa Sul Vista do alto da Torre de TV - Eixo Monumental Nuvens feitas com minhas lágrimas de saudade - pois eu estava no voo de volta pra casa rs
O Filmaê foi um momento especial no meu ano e Brasília me deu uma nova gramática geográfica (asa norte, corredor sul, superquadra, SQS 308, lado ímpar, bloco H, etc) que mexe com a minha cabeça até hoje. Pretendo voltar à Brasília e tenho certeza de que vou rever pelo mundão essas amizades que fiz por lá.
1 de julho de 2023, São José dos Campos, SP, Brasil |